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Você Sabia?
 
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VOCÊ SABIA...que, em 17 de novembro de 1843, nasceu MARTINHO DA SILVA PRADO JÚNIOR, que veio a se tornar um grande cafeicultor, investidor e divulgador de Ribeirão Preto? Na época do nascimento de “Martinico”, como passou a ser chamado, os pais, Martinho da Silva Prado e Veridiana Prado,  moravam na fazenda Campo Alto, produtora de açúcar, então situada no município de Mogi Mirim (depois, com desmembramentos, passou a ser município de  Limeira e, ainda depois, município de Araras). Todavia, aos sentir as primeiras dores, Veridiana dirigiu-se a São Paulo, onde o filho nasceu no dia 17/11/1843, na rua Nova São José, hoje Líbero Badaró. Após uma feliz infância na fazenda, Martinico fez os seus preparatórios e matriculou-se na escola de Direito de São Paulo, em 1860, com 17 anos de idade, formando-se em 1866, em seguida à tentativa, aos 22 anos, de lutar na Guerra do Paraguai, chegando a atingir Corrientes, na Argentina. Em 1867, exerceu as funções de promotor público na Capital, o que deixou de fazer após se casar, no dia 22/01/1868, com Albertina de Moraes Pinto, quando foi para o  Distrito de Nossa Senhora do Patrocínio de Araras, então município de Limeira, para tomar conta das fazendas “Campo Alto” e “Santa Cruz”, de propriedade de seus pais. Dessa união foram 12 filhos. Desde 1870, quando nasceu a primogênita  Lavínia, até 1888, quando veio ao mundo o último, Cícero. Em Araras, além de agricultor, Martinico iniciou sua vida política como vereador. Ali também escrevia artigos para a imprensa. Em 1876, empenhou-se em uma campanha para que a extensão dos trilhos da Cia. Paulista de Estradas Ferro, partindo da estação de Cordeiro (hoje Cordeirópolis) fossem em direção a Araras, Leme, Pirassununga, Porto Ferreira e Descalvado, e não em direção a Rio Claro, como reivindicava os seus moradores e forças vivas (o que veio acontecer depois). Após vencida essa batalha, propugnou para que os trilhos da Paulista, além de Porto Ferreira, viessem a atravessar o rio e atingissem Ribeirão Preto, o que não obteve sucesso, em face da oposição da Cia. Mogiana. Entusiasmado pela série de artigos publicados por Luiz Pereira Barreto, sob o título de “Terra Roxa”, no jornal “A Província de São Paulo”, descrevendo “as belezas produtivas do abençoado e surpreendente torrão” das regiões de São Simão e Ribeirão Preto, no ano de 1877, aos 34 anos, em lombo de burro, em companhia do amigo Jesuíno de Mello, empreendeu viagem exploradora a esses municípios, partindo de Araras, passando por Casa Branca, São Simão e chegando à Vila de Ribeirão Preto, da qual faziam parte os  Distritos de Cravinhos e Sertãozinho. Ficou maravilhado com o que viu. De barômetro na mão, tudo foi anotando: condições climáticas, geológicas e geográficas, a fauna e a flora, vindo a escrever, em outubro de 1877, outra série de artigos para o mesmo jornal, que teve igual repercussão, contribuindo para a propagação da fertilidade das terras de  Ribeirão Preto. Quando, do espigão do Cantagalo (Cravinhos) descia para Ribeirão Preto, observou (mantida a grafia original): “descortinei a confinar com o horizonte cordilheiras de muitas léguas de extensão, prolongando suas longas e azuladas fraldas para os vales do Guassú e Rio Pardo que, ciosos dessas riquezas, correm a unir-se no Pontal como que para guardar o maior, mais rico, mais deslumbrante e fascinante torrão agrícola da província de São Paulo, se não de todo o Brasil”. Anotou, mais, “Não há, na província de São Paulo, município algum cuja importância possa aproximar-se à de Ribeirão Preto.  Campinas, Limeira, Rio Claro, Araras, Descalvado, Casa Branca, etc, tudo é pequeno, rachitico (grafia original), insignificante, diante desse incomparável colosso”. Ao terminar a sua viagem, concluiu Martinico: “Ribeirão Preto constitui a maior riqueza da Província de São Paulo, contanto que o trabalho rasgue a terra e nela se atire a semente. Solo e clima nada mais pedem que isso. Aos lavradores da Província que amam o trabalho e em seus sonhos almejam levantar fortunas, aconselho uma peregrinação àqueles lugares”...”. Logo depois dessa viagem. Martinho Prado Júnior adquiriu, em Ribeirão Preto, terras de José Bento Diniz Junqueira (de sua herança na Fazenda do Lageado), formando a Fazenda Albertina, nome de sua esposa (hoje município de Dumont, onde está estabelecido o Pesqueiro e Açougue Veronezi), vendida, em 29/12/1890, para Henrique Dumont, por 2450 contos de réis (uma fortuna). Posteriormente e prosseguindo em suas aquisições, em 1885, através de escritura lavrada no dia 21 de agosto – dia do aniversário de D. Albertina -  Martinico comprou o quinhão condominial de João Franco de Moraes Octávio na antiga Fazenda do Lajeado, com mais de 6 mil alqueires (igualmente adquirida por ele de um herdeiro Junqueira). Nessas terras formou a Fazenda Guatapará, plantando em pouco tempo cerca de 1.800.000 pés de café, que se tornou uma das maiores produtoras de café do mundo, juntamente com a Fazenda São Martinho, nome dado à antiga Fazenda Eldorado, adquirida, em 1889, de Rodrigo Pereira Barreto (que igualmente a comprara de um herdeiro Junqueira, da Fazenda do Lageado), em sociedade com o pai e com o irmão Antônio Prado, com 12.000 alqueires, então situada no município de Sertãozinho, e que deu origem ao município de Pradópolis.  Nesse negócio ainda adquiriu o Solar, que hospedara o casal imperial em 24/10/1886 e todo o seu entorno que constituía a Chácara Martinho Prado,  área que ocupava toda a parte direita da atual rua Cel. Luiz da Cunha até a Av. Zerrener.  Os Silva Prado a venderam, posteriormente, para a Fundação Antônio e Helena Zerrener (Antarctica).  A Fazenda Guatapará ficou de posse dos herdeiros de Martinico até 1942. Grande investidor e empreendedor, Martinho ainda muito contribuiu financeiramente para os empreendimentos locais do genro Flávio de Mendonça Uchoa (casado com a sua filha Evangelina), como as concessões do Serviço de Água e Esgoto, a Empresa de Força e Luz, a Cia. Eletro-Metalúrgica Brasileira e a Estrada de Ferro São Paulo-Minas (v. texto "Você Sabia?" - 26/12). Fez parte, ademais, das empresas colonizadoras que traziam da Itália imigrantes para a lavoura cafeeira. Martinico Prado residia na Capital, desde 1876, e, na condição de afiliado ao Partido Republicano, de 1878 a 1889,  foi deputado à Assembleia Provincial. Com a Proclamação da República e preocupado com a formação da Fazenda Guatapará e com a promoção da vinda de imigrantes europeus, deixou a política de lado para cuidar dos seus negócios. Os ideais políticos de Martinico, porém, acabaram por orientar seus projetos econômicos. Como um republicano fervoroso, acreditava na modernização e no progresso do país. Contudo, também defendia que isso só seria possível com a extinção da escravidão africana, pois para esses republicanos o modo de produção escravista era um dos principais fatores de atraso do país, tanto político como econômico. Como consequência desse ideal, juntamente com outros fazendeiros, propugnou pelo uso da mão de obra livre em São Paulo, participando de inúmeras ações associadas ao incentivo da imigração europeia, principalmente criando, em 02/07/1886, a "Sociedade Promotora de Imigração".  Quando comprou a fazenda Guatapará, por exemplo, empregou trabalhadores assalariados vindos da Bahia, para limpar o terreno e em suas lavouras. Logo depois passou a utilizar famílias europeias, especialmente as italianas, as quais, em Sâo Paulo, diferentemente das terras obtidas no sul do Pais, apenas serviram de mão de obra, conseguindo adquirir terras como consequência da "quebradeira" de 1929.  Nesse sentido efetuou várias viagens à Europa, inclusive com a família. Faleceu no dia 24/05/1906, aos 63 anos de idade. Em sua homenagem, no centenário de nascimento, em 1943, foi lançada a obra "In Memoriam", contando a sua trajetória de vida, e  receberam seu  nome ruas em Ribeirão Preto (Vila Tibério) e São Paulo (Higienópolis), bem como a Biblioteca Municipal de Araras-SP e o Distrito Martinho Prado Júnior, de Mogi Guaçu-SP.

VEJA AS SINOPSES DO LIVROS SOBRE MARTINICO E FAMÍLIA SILVA PRADO: 

http://www.plataformaverri.com.br/index.php?bib=1&local=book&letter=P&idCity=84&idCategory=10&idBook=843

http://www.plataformaverri.com.br/index.php?bib=1&local=book&letter=P&idCity=84&idCategory=4&idBook=840

http://www.plataformaverri.com.br/index.php?bib=1&local=book&letter=P&idCity=84&idCategory=10&idBook=842

http://www.plataformaverri.com.br/index.php?bib=1&local=book&letter=P&idCity=84&idCategory=10&idBook=844

VEJA INDICAÇÃO FEITA PELO ENTÃO DEPUTADO MARTINHO PRADO JR., PARA CONSTRUÇÃO DE UMA BALSA NO RIO MOGI GUAÇU, LIGANDO RIBEIRÃO PRETO ( FAZENDA SAO MARTINHO) A JABOTICABAL (1882)

https://www.al.sp.gov.br/repositorioAH/Acervo/Alesp/Imperio/Falp_590/PR82_039.pdf

VEJA INDICAÇÃO FEITA PELO ENTÃO DEPUTADO MARTINHO PRADO JR., PARA CONSTRUÇÃO DE UMA PONTE NO RIO TAMANDUÁ, LIGANDO SÃO SIMÃO A RIBEIRÃO PRETO (1882)

https://www.al.sp.gov.br/repositorioAH/Acervo/Alesp/Imperio/Falp_590/PR82_038.pdf

VEJA MONOGRAFIA SOBRE MARTINICO PRADO, NO LINK: 

http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao35/materia05/texto05.pdf

VEJA ARTIGO SOBRE VERIDIANA DA SILVA PRADO, MÃE DE MARTINHO:

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/dona-veridiana-mulher-que-escandalizou-o-conservadorismo-da-elite-cafeeira-paulista.phtml?fbclid=IwAR3V3syG81x0V4QizHfP-lhZH0iqYCB3MWtrncxuZaRkFKN5Y1f6ItSQ9oE