Acessos: 2.672.362
Você Sabia?
 
Mês:
01 - 02 - 03 - 04 - 05
06 - 07 - 08 - 09 - 10
11 - 12 - 13 - 14 - 15
16 - 17 - 18 - 19 - 20
21 - 22 - 23 - 24 - 25
26 - 27 - 28 - 29 - 30

 VOCÊ SABIA...que, no dia 21 de setembro de 1966, o centro de Ribeirão Preto transformou-se em um campo de batalha? No período de exceção após-64, como é sabido, qualquer movimento contestatório era proibido e reprimido. Em 1966, o governo militar firmou uma parceria com os Estados Unidos para a implantação do modelo educacional norte-americano. Era um período de resistência e aquele que ficou conhecido como "Acordo MEC-USAID" sofreu ampla crítica do movimento estudantil que o considerava como ação imperialista e uma ingerência dos Estados Unidos na educação nacional. Ocorreram inúmeras manifestações de protesto em diversas universidades brasileiras, fortalecendo a articulação do movimento estudantil. Por aqui, em frente única, articularam-se os Centro Acadêmicos “Rocha Lima”, da Faculdade de Medicina, o Centro Acadêmico “Carneiro Leão”, da Faculdade de Odontologia, o Centro Acadêmico “1º de Setembro”, da Faculdade de Direito “Laudo Camargo”, e, ainda, os estudantes de Enfermagem, os estudantes secundaristas e aqueles jovens pertencentes à JAC (juventude agrária), JEC (juventude estudantil), JIC (juventude industrial), JOC (juventude operária) e JUC (juventude universitária), todas católicas. Assim é que, nesse dia, na esquina das ruas Álvares Cabral e São Sebastião (Café Única), se reuniram para seguirem, em passeata, em direção à Prefeitura Municipal, na praça Barão do Rio Branco. À frente, ia uma lambreta portando a bandeira nacional. Nas faixas, as inscrições “Liberdade”, “O Exército é o braço do Estado, não a Cabeça”, Fora MEC-USAID, bem com palavras de ordem, como “Brasil! Brasil!", “O povo...unido...jamais será vencido” e assim por diante. Dos prédios, desciam papéis picados. Na esquina do "Pinguim”, dobraram à direita, seguindo pela General Osório. Ao atingirem a Praça Rio Branco (Prefeitura), ocorreram os primeiros confrontos. Pedras e paus foram lançados contra os soldados que protegiam o Palácio Rio Branco. Os estudantes invadiram-no e subiram nas árvores do entorno. Um jipe da Polícia investiu contra os manifestantes. Acuada, a passeata dividiu-se. Uma parte seguiu em direção ao I.E. “Otoniel Mota”, na rua Prudente de Morais e a outra para a Praça das Bandeiras, defronte à Catedral. Com a chegada da cavalaria, a repressão acentuou-se. O estudantes refugiaram-se no templo, sendo espancados até mesmo ali. Abrigaram-se, também, na sede do jornal “Diário de Notícias” , na Visconde de Inhaúma, e ainda no Palácio Episcopal, na Lafaiete. Houve correria para todos os lados. O relógio marcava 20 horas, quando o arcebispo Dom Felício César da Cunha Vasconcelos, então com 62 anos e com a saúde frágil, saiu às ruas e, em atitude corajosa, segurou as rédeas de um cavalo e, gritando “Parem com isso!”, impediu que o cavalariano continuasse a investir contra os manifestantes. Igualmente tentando apaziguar, e em auxílio ao prelado, o cônego Angélico Sândalo Bernardino e o Padre Danilo Menezes também foram às ruas, socorrendo vários estudantes feridos, ao que mostraram para D. Felício, que interpelou, veementemente, a Polícia, bradando: “Não admito essa violência, muito menos dentro da Catedral!”. Os policiais resolveram recuar. Dom Felício, então,  conversou com os jovens, ponderando-lhes: - “Eu só quero uma coisa: que vocês voltem para casa". “Vocês já fizeram a manifestação”. Assim os estudantes saíram em blocos e foi o fim da manifestação. Episódios dessa natureza marcaram indelevelmente toda uma geração. Não é justo que isso torne a acontecer. Assim,  torna-se imperiosa a nossa efetiva participação, do modo que for, na vida cívica do país, para a eliminação de seus aproveitadores e para  implantar uma autêntica República Democrática, com iguais oportunidades para todos, sempre respeitando, e incentivando, as boas iniciativas privadas e implantando a meritocracia e a probidade na administração pública. CONFIRA no site www.plataformaverri.com.br as sinopses dos livros “O Preço da Luta”, de Ana Paula Araújo Pinheiro e Anna Regina Bula Tomicioli, “Tempo de Resistência”, de Leopoldo Paulino” e “Dom Angélico Sândalo Bernardino – Bispo Profeta dos Pobres e da Justiça, de Waldir Aparecido Augusto e Antônio Luis Marchioni, nos links:


http://www.plataformaverri.com.br/index.php?bib=1&local=book&letter=R&idCity=24&idCategory=9&idBook=700

http://www.plataformaverri.com.br/index.php?bib=1&local=book&letter=R&idCity=24&idCategory=10&idBook=2094

VEJA O QUE FOI O ACORDO MEC-USAID:

https://www.youtube.com/watch?v=Ae6HIlB8Jvc